domingo, 17 de janeiro de 2010

AVALIAÇÃO DAS OFICINAS DE TEATRO 2009 parte II

Sol Borges também foi recentemente contratada pela Trupe Ortaética, logo numa fase de muitas mudanças, precisávamos de fato da energia que ela nos trouxe, precisávamos que seu empenho e dedicação somassem às nossas incansáveis lutas diáras por novos espaços, novos projetos e sonhos novos.
Asim aconteceu, Sol brilhou na Trupe e a tendência é que façamos juntos cada dia mais pela Arte e pelas pessoas atendidas.
A profissional é Graduada em Pedagogia e Professora da Prefeitura e Guarulhos, mas sua maior formação, ao meu entender, é a formação que não se aprende em escola alguma, a formação no teatro amador, nos palcos nessa cidade afora.
em 2010 nossa ousadia nos impulsiona a inaugurar após muitos estudos, o curso de CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS também gratuito a todos interessados.
Diante da maratona de atividades de 2009, Sol fez as seguintes observações:

"Prometo ser breve, mas preciso começar do princípio...



Acabei a faculdade em dezembro de 2008 e sem ainda ter algo em vista na minha área, como era amiga de um gerente de loja, fui trabalhar no shopping assim que acabaram as provas na faculdade. O trabalho era exaustivo, às vezes sentia que meu corpo não ia agüentar o pic do fim de ano, enfim sobrevivi. Em julho deste ano decidi que não iria me importar com o que aconteceria, eu nunca dei chance ao azar e decidi sair desta loja mesmo não tendo nenhum outro trabalho em vista. Pedi minhas contas em uma sexta-feira. Na segunda-feira estava em casa e recebi uma ligação inesperada. Era uma funcionária da prefeitura de Guarulhos me convocando para assumir uma sala de educação infantil de um concurso que eu passei, mas que nem sonhava que seria chamada logo. Dei pulos de alegria e até o instante de assinar os papéis não acreditava que era verdade.


O Thiago Ortaet (coordenador da Trupe Ortaética) havia me chamado no começo do ano para integrar a equipe de professores da Trupe, mas por alguns motivos, não foi possível minha contratação. Nesta mesma segunda-feira anteriormente mencionada, o Thiago me ligou perguntando se eu ainda estaria interessada em dar aulas de teatro na Trupe. Foi emoção demais para um dia só. A partir de então, passei a levantar muito cedo e dormir bem tarde, mas só o que eu precisava era dormir, repor as energias e no outro dia começar tudo de novo. Eu amo o que faço.


Trabalhar com crianças nos ajuda a relembrar a pureza que perdemos depois que nossos corpos cresceram.


Trabalhar com pessoas e arte nos torna mais humanos, mais conscientes de que existem pessoas que vivem na “caverna de Platão” e que por questão, muitas vezes ideológica, não conseguem ver o lado de fora. A arte expande horizontes e é muito bom poder dividir, somar e multiplicar experiências.


Faço teatro a 8 anos: já fiz cursos, atuei, dirigi, escrevi, produzi, mas ainda não havia ministrado aulas. Estava com medo, acredite, não é só dar aulas e produzir uma peça no término do curso, lidamos com pessoas, com seus sentimentos, personalidades, problemas, talentos, sonhos, limitações, etc... Mas eu adoro desafiar a mim mesma. E se quiser me ver suando a camisa, diga a palavra mágica: “Eu Duvido”. Não fui perfeita eu sei, mas insisti em fazer o meu melhor.


O coração batia forte a cada aluno que chegava para mais um dia de aula e foi assim até o último dia que estive com eles. Procurei atender as necessidades de interpretação nesse curto período de tempo com jogos teatrais, exercícios, dança, improvisações, enfim, as peças começaram a ser ensaiadas: escolher as personagens, decorar os textos, criar a gênese das personagens, marcações de cena, criar mapa de luz, sonoplastia, ensaios no palco. O tempo é curto, as peças não ficarão prontas... Ensaios extras. Nos desdobramos e enfim, as peças estavam prontas, os atores nervosos, mas prontos para dizerem algo ao público. A mensagem foi passada lindamente, o público aplaudiu. Ainda que uns tenham absorvido mais, outros menos, nem público, nem alunos, nem ninguém sai uma tabula rasa depois de se envolver com o mundo incrível da arte. " Sol Borges


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