quinta-feira, 22 de julho de 2010

EQUIPE ORTAÉTICA PALESTRANDO AOS EDUCADORES SOCIAIS DA SERRA DA CANTAREIRA

A Trupe Ortaética foi convidada para palestrar sobre “Arte/Educação como processo de criação” aos educadores do Centro da Criança e do Adolescente Meu Guri.

O encontro realizado nessa quinta-feira, 22 de julho de 2010, foi um misto entre teoria, referências bibliográficas, exposição de diferentes experiências e atividades práticas de percepção.

Com caráter de bate-papo interativo, o coordenador do projeto de Teatro Comunitário, Professor Tiago Ortaet, iniciou o encontro com explanações a respeito do panorama da Arte/educação e suas consonâncias, principalmente no que tange o trabalho como reflexão do cotidiano em espaços comunitários com famílias.

Foi abordado a dinâmica de trabalho em diferentes espaços (lócus) e os desafios que se inserem perante as dificuldades.

Logo em seguida a atriz e professora de Teatro Thaís Aguiar, relatou aos presentes sua experiência num projeto piloto de Arte/Educação desenvolvido pela Faculdade de Educação da USP em escolas periféricas da cidade de Guarulhos, do qual participou. Em sua fala, Thais destacou a importância de integrar a criança no projeto de trabalho, fazendo com que ela de fato faça parte do que foi trilhado para um aprendizado significativo.

A professora exemplificou diversos momentos de seus dois anos nesse projeto, que mais tarde se transformaria em grade curricular da Secretaria de Educação, dentre eles, experiências com educadores resistentes para uma prática reflexiva, atividades que despertem curiosidade, quebra da rotina no processo de criação, ousadia nas construções didáticas e sobretudo autonomia desses aprendizes.

A artista Plástica da Trupe Ortaética Vivi Minorelli, privilegiou em sua fala a necessidade de atividades cíclicas, que retornam para o auto-conhecimento. Além disso discursou sobre sua condução de turmas de pesquisa entre adolescentes e adultos em fotografia e cenografia dentro da Cia.

Thais Aguiar retomou a conduzir o encontro quando propôs aos envolvidos uma dinâmica de percepção e pontos de vista, interferindo nas relações entre as pessoas e principalmente na conduta do orientador de uma atividade de artes.

Durante o bate-papo entramos em demais assuntos da realidade vivida pelas famílias atendidas no C.C.A. principalmente sobre o aspecto rural dos atendidos. Discutimos e abordamos também a questão da diversidade entre as crianças, o prazer no ato artístico e de aprendizado em todas as relações dentro da instituição.

Em seguida a equipe Ortaética expos imagens da ultima edição do evento “FORMARAU” e mais uma vez destacaram “arte como processo” e a preocupação de não usar a arte como um mero pano de fundo, uma ferramenta decorativa, mecanizada ou sem reflexão.

Outros integrantes da Trupe, César e Célia, falaram sobre suas experiências dentro do projeto de arte/educação e suas incessantes buscas por novas oportunidades de aprendizado, inclusive da atitude de cada um deles em buscar formação em diferentes linguagens e referencias mesmo fora do período de trabalho na equipe teatral.

Foram exibidos vídeos que demonstraram eventos que contemplam o teatro em procedimentos diferentes, porém todos em constante formação; bem como a alternância de temas debatidos, todos germinados dentre os participantes das comunidades atendidas.

O encontro foi finalizado com uma dinâmica de percussão corporal em diferentes ritmos feitos com o próprio corpo, dentre eles o baião, o samba e o rap.

Foi uma tarde de troca de experiências e descontração, ambas as equipes expuseram suas intenções de promover capacitação na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, onde a Trupe atualmente faz morada, a fim de que aja mais tempo hábil para outras trocas simbólicas.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

NOSSA APOTEOSE, NOSSO ÊXTASE, NOSSO ENCANTAMENTO TEATRAL

TEATRO-FÓRUM BENDIZEI O LEGADO DO MESTRE BOAL
O ESPETÁCULO QUE FOTOGRAFA A PLATÉIA
PARA ONDE O DEDO NOS APONTAR IREMOS SEGUIR...
APRESENTAÇÃO DA CELEBRAÇÃO TEATRAL: TIAGO ORTAET

segunda-feira, 5 de abril de 2010

LISTA DOS 16 SELECIONADOS PARA PERFEIÇÃO 2010

Alan Guilherme

Beatriz Palma

Bruno Costa

Carlos Figueiredo

Cristiane Rezende

Edilson Silva

Gardênia Alves

Hannah Ferreira

Jefferson Costa

Lorena da silva

Maria Eduarda

Maringalnd

Ricardo Nascimento

Thaís Marques

Thamires Pontes

Valdir Felipe

Ressaltamos a importância de todos participantes, do mesmo modo, agradecemos o interesse em fazer parte de mais uma de nossas produções. Salientamos que todo ser humano é bem vindo em nossa Trupe, portanto todos, sem distinção, podem fazer parte do nosso compromisso com a arte, seja direta ou indiretamente, porém para esse projeto fez-se necessário essa seletiva.

Todos interessados poderão ter acesso aos escritos e observações do corpo de jurado, mediante pedido por escrito, via e-mail e aguradando o prazo máximo de 2 semanas para o envio. Como prevê o regulamento a decisão do júri é soberana e irrevogável.

Os selecionados serão convocados em breve para a reunião de integração ao grupo e iniciação ao grupo de estudos teatrais "PERFEIÇÃO".

P A R A B É N S  AOS APROVADOS!!!

Professor Tiago Ortaet
Coordenador-Fundador da Ortaética®
Trupe Ortaética de Teatro Comunitário

quinta-feira, 4 de março de 2010

MALABARIZANDO NA TRUPE ORTAÉTICA 2010

Clima de expectativa, olhares curiosos.


Aos poucos vão chegando os novos clowns malabaristas.


Já trazem com eles seus sonhos de animar.


Não querem perder um só segundo,


Querem logo malabarizar!


Acho que é assim que descreveria essa minha nova turma.
Foi algo que me felicitou muito em todo momento de oficina.
São alegres, descontraídos, atentos aos toques, antenados no que fazem.
Inteligentíssimos, que de pronto já dominaram algumas regras básicas do jogo.
Curti a turma pela humildade de cada um.

NA AULA

Inicie alguns exercícios de aquecimento e alongamento.
Propus a eles antes de passar os jogos uma espécie de Intimidade com os equipamentos, ou seja, pedi que pegassem
tudo que quisessem, bolinhas, claves, simplismente brincassem, sozinho ou com parceiros.
Nesses momentos não passei técnica alguma, pois a intenção era criar uma afinidade com o colega e com o que virá a se tornar seu instrumento de estudo.
Caiu como uma luva a idéia, pois me pareceu ter instigado a vontade deles de aprender, no que resultou em um bom aproveitamento na aula em si.

Bate –papo teórico e carta de apresentação

Fizemos a leitura da carta de apresentação, onde pedi a participação de todos,e que em momento algum se relutaram a ler. Todos lemos pelo menos dois tópicos cada um.

Fizemos uma leitura da origem e história do circo onde todos colaboraram lendo uma passagem. Coloquei alguns pontos de vista meus sobre os assuntos, perguntei se alguém queria falar algo a respeito. Como não houve retificações . encerrei e inicie a oficina.

Césinha Prado instrutor de malabaris

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A PERFORMANCE COMO AÇÃO EDUCATIVA

Uma das múltiplas funções da arte é a desconstrução.

Soa um pouco confuso entender que uma área do conhecimento como a arte, que tem o papel criador como força maior, possa educar através do desconstruir.

Mas basta focar nosso debate para o experimento, para a pesquisa, que logo irá clarear essa idéia. Quando o estudante (permanentemente em fase de construção da identidade) está inserido um processo de criação que prioriza o fazer embasado com o conhecer, o mesmo sairá da área de conforto que a educação rotineiramente pressupõe os fatos.

O ensino de arte só é efetivo se houver afetamento, aquele que se deixa afetar, garante o saber.

Quando tratamos de desconstruir estamos nos colocando à subverter o que é oficial, a arte pode ser essa quebra de rotina, uma possibilidade de arte manifesto, arte e provocação social.

A apropriação da performance como ação educativa pode propiciar uma reflexão que muito provavelmente não se construiria simplesmente da oralidade, da conversa, do bate-papo.

Esse é sem duvida um tema pouco ou nunca debatido na esfera da educação.

Dentro dessa visão performática está intrínseca na essência dessa linguagem o rito. Rituais não são incomuns na nossa sociedade, sejam os rituais diários ou os festivos, religiosos, individuais ou coletivos, porém sendo essa uma característica artística da performance, um combinado é firmado para ela acontecer. Mas o combinado não retira o improviso pertinente a essa ação; muitas coisas acontecem numa performance aberta como a que se propõe.

Esse combinado quando grupal desperta a conexão do instante entre os atores, pensando no individual, torna-se um elo singular entre o pensamento do artista e a ação que ele se dispõe.

O palco para esse rito pode ser a rua, a praça, o transporte coletivo ou em qualquer outro lugar, pois e estética apregoada, torna-se um rito de passagem, um ato incompleto que só se dá na sua integralidade quando em contato direto com o publico.

Uma performance de rua por exemplo que explore as artes cênicas e temas sociais, jamais será tema de pesquisa somente das artes, mas também da sociologia, da filosofia, da estética, da antropologia, enfim, todo organismo essencial do ato performático é fonte de discussões em diversas áreas do conhecimento, sendo este portanto um fenônemo plural.

A pluralidade está também nas possibilidades de intervenções da performance e nas linguagens transversais que ela possibilita.

Durante dois anos desenvolvi projeto de performances de rua com jovens e adultos numa ONG da Zona Norte de São Paulo; o ciclo didático que promovi se dava da seguinte maneira:

Os dois meses iniciais do curso os estudantes passaram por experiências teatrais internas, ou seja, dentro de uma ampla sala de aula, experimentando jogos teatrais, alongamentos, aquecimentos, dinâmicas coletivas, debates, improvisações, construções de cenas, relaxamentos, dentre outras atividades artísticas. Dando sequência ao planejamento do curso, os alunos pesquisavam o significado de palavras e traziam as mesmas para debates. Em seguida combinávamos temas e minimamente alguma ação teatral para ser realizada nas ruas da cidade, tendo os transeuntes como platéia itinerante.

Após cada performance de rua, recorríamos às anotações posteriores de cada um sobre os olhares da platéia em relação a apresentação realizada.

Na maioria das experiências o resultado do debate foi absolutamente importante para a formação daqueles estudantes, uma vez que cada um dos participantes falavam com propriedade do que vivenciaram e não simplesmente do que ouviram falar ou leram em algum livro. Esse processo alimentava o desejo de todos por novas oportunidades nesse sentido, pois já tinham ciência do quão inesgotável é a performance como uma ação educativa, uma educação sensível do olhar.

Professor Tiago Ortaet

www.tiagoortaet.com.br

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

2ª fase de atuação da ORTAÉTICA no Centro da Criança e do Adolescente Meu Guri

Trupe Ortaética de Teatro Comunitário


2ª fase de atuação no Centro da Criança e do Adolescente Meu Guri

Oficina Artes do Corpo
1º semestre de 2010

RELATÓRIO DO RE-INÍCIO DE ATIVIDADES

PRIMEIRO MOMENTO: O OLHAR

Após todas as vivencias do semestre passado foi solicitado pela instituição que atendêssemos outra turma freqüente, nesse semestre focaremos o trabalho com as duas turmas de crianças de 6 a 8 anos.

Sabida mudança, fez com que, em reunião, planejássemos estratégias para uma aproximação com essas crianças que trabalharemos.

Desta forma, eu, enquanto coordenador da equipe teatral; participei da rotina das crianças na instituição, bem como promovi atividades em múltiplas linguagens a fim de conhecê-los melhor e estabelecer vínculos afetivos.
Antes mesmo de atuar com as turmas, passei durante quase toda manhã, criando um “brainstore” uma espécie de “tempestade de idéias” que remetessem as ações de arte/educação para esse semestre. No esboço criado busquei articular temas relevantes com produções de artistas e múltiplas linguagens, incluindo o cinema, o desenho, as artes plásticas, figurativas e abstratas, tendo como norte do trabalho o teatro.

No primeiro dia visitei a turma de adolescentes que vivenciaram as experiências teatrais no semestre passado, fui convidado a participar de uma roda de dança e conversei com os jovens.

Como meu objetivo era de permear em todas as turmas e posteriormente intervir de forma estratégica na turma das crianças, também participei de jogos com a outra turma que estava em atividades esportivas.

Já diante das crianças que irão conviver com as aulas e o projeto teatral oferecido, decidi inicialmente acompanhar uma atividade de desenho proposto pelas educadoras.

Pude conferir a intenção zelosa das profissionais, porém identifiquei situações que muito me chamaram a atenção:
1) As crianças usavam réguas com formas de animais para desenhar
2) Todos estavam apertados em 2 grandes mesas
3) Não havia nenhuma orientação temática na composição do desenho
4) Os educandos faziam um extremo barulho e atrapalhavam a composição dos colegas

A oportunidade de intervir significativamente no processo de criação daquelas crianças me saltou aos olhos e pedi autorização às educadoras se eu poderia, no momento seguinte ao término daquela atividade, propor uma ação educativa através do desenho, uma vez que a intenção desde o início era de aproximar-me dos educandos, não necessariamente pelo teatro, mas através de quaisquer outras linguagens da arte.

Proposta gentilmente aceita pelas educadoras.

Iniciei a atividade numa roda de conversa com aquecimentos vocais e orientações das regras. Destaque para a ludicidade empregada nessa atividade para garantir atenção das crianças. Em minha fala citei a necessidade de concentração para criar arte e no respeito com o trabalho dos colegas.

Fizemos exercícios de concentração e gritos de guerra. Ainda no nosso bate-papo realizei um jogo de perguntas e respostas através de gestos corporais.
Abordei de forma indireta a deficiência que encontrei na atividade anterior, refletindo com as crianças o uso da régua para se desenhar. Deixei claro que não é proibido usar régua, mas poderíamos pensar nas seguintes questões:

1) O que na natureza é reto?
2) O que é reto em nosso corpo?
3) Vocês gostam de desenhos que se pareçam com a realidade ou não?
4) Quais possibilidades de se desenhar?
5) Nós podemos desenhar o corpo e o corpo pode desenhar o que?
6) Como você se sente quando desenha?

Fizemos experiências com as réguas em nosso corpo (ainda em roda) e todos participaram, sejam atuando ou observando, opinando sobre o tema. Usamos o lápis para riscar os papéis e daí criar formas variadas, formas abstratas.

Pedi que todos se levantassem e procurassem um espaço em qualquer lugar da sala e lá sentassem, inclusive podia ser no próprio chão. A regra principal é que no momento da criação dos desenhos ninguém poderia falar, por que debateríamos todos os assuntos e duvidas ao término da atividade. (no máximo em 5 ou 10 minutos)

Todos receberam uma sulfite em branco e um lápis para participarem do exercício artístico. Receberam as seguintes orientações:

1) Dobrem a folha ao meio
2) Na primeira parte desenhem uma bola
3) Na segunda parte desenhem uma cadeira
4) Na terceira parte desenhem um sol
5) Na ultima parte desenhem um jacumã

Evidente que ao ouvirem a palavra “jacumã” muitos dizeram “não sei o que é isso” “não posso desenhar o que não sei” “é muito difícil” “o que é isso” “o que pode ser isso”.

Isso acontece por que propositalmente quis tira-los do sistema confortável e pouco criativo do desenho livre, para que eles atravessassem essa fronteira com a imaginação.

Ainda sem dizer o significado da palavra, nos reunimos em roda e apreciamos os trabalhos dos colegas, cada um expos sua obra, dizendo em que pensou para desenhar determinada bola, cadeira e sol.

Ao final expuseram e falaram sobre o “jacumã” de cada um.

Nessa oralidade tivemos as seguintes respostas:
1) “Jacumã é pra mim uma fruta muito grande”
2) “Jacumã deve ser um animal de outro país”
3) “Jacumã é uma comida que eu não conheço ainda”
4) “O jacumã dele tá errado, por que não é isso”

Após a explanação de todos, inclusive das educadoras, que não resistiram em participar; expliquei os objetivos dessa atividade e informei que “jacumã” é uma espécie de pá indígena. Disse-lhes ainda que toda e qualquer composição estariam corretas, uma vez que não arte não existe certo ou errado, além de que o mérito da questão estava justamente na diversidade do que foi criado.

SEGUNDO MOMENTO: O PERCEBER

Imbuído dos novos relacionamentos da semana anterior, continuei a criação do esboço de idéias do trabalho para relacionar as vivências com o contexto que empregaremos.

Trouxe para meus escritos contribuições que indiretamente os educandos me apontaram.

Em mais um dia de atividades participei com os educandos de uma atividade de pintura mural coletiva proposta pelo coordenador técnico da instituição, Luiz Pereira de Souza.

Paralelamente ao trabalho com as crianças, se fundou uma ampla discussão conceitual, estética e teórica com o coordenador a respeito da relação do arte/educador e do artista, germinando em idéias para materializar esse debate. Julgo esse momento, um enriquecedor discurso para a prática, por isso, subinho esse acontecimento.

Estamos mergulhados no processo criativo, em metodologia e ambiente sócio-educativo, portanto necessitamos de exercer a reflexão permanente.

No “fazer” com os jovens e crianças da instituição, muitos elementos aparecem para análise das situações.

1) A autonomia é por si mesma procedimental.
2) A composição de uma grande obra coletiva é, ao meu entender, um excelente aprendizado cognitivo e atitudinal, dentre outros fatores.
3) A mobilização do jovem está diretamente relacionada com a autoria.
4) A inquietude juvenil é a mesma do adulto, (na maioria dos casos) mas ele ainda não tem o filtro que o faria equilibrar essa sensação.
5) O cooperativismo entre eles se dá muito pela condução da atividade, ou seja, o condutor ou os condutores influenciam demais nessa postura.

Mesmo frente à euforia dos educandos, pude colaborar na atividade artística, estando junto das ações, preparações e finalização da atividade.

TERCEIRO MOMENTO: O CAPTAR

Nesse dia me dediquei a articular tudo que presenciei e compartilhei com os educandos num texto que pudesse ser mais que um simples relato, mas que fosse a retórica do meu trabalho.

Em seguida acompanhei todos educandos numa atividade na piscina, onde formamos times e tivemos que defender um território, não podendo o time adversário invadir o espaço do outro sem que o mesmo não estivesse portando uma bola.

Mesmo sendo esta uma atividade que beira a prática esportiva, há conceitos de cooperatividade, trabalho em equipe, dinamismo, motivação, estratégia, plano, ação e movimento que são características importantes num trabalho teatral.

Como teoriza o teatrólogo “Augusto Boal”, tudo é teatro, todas nossas manifestações diárias são teatrais, são ritos e não é que assemelhem com as artes do palco, é a própria realidade construída, encenada.

Estão sendo planejadas por mim atividades no que considero como metodológico os seguintes momentos experimentais:

• QUARTO MOMENTO: O SENTIR
• QUINTO MOMENTO: O FLUIR

A artista plástica Ana Viviane Minorelli virá numa próxima oportunidade acompanhada da artista Australiana "Fiona" convidada da Trupe Ortaética para levantarem questões sensoriais com as crianças e juntos darmos continuidade ao projeto.


Essa continuidade implica também em uma visita dos educandos ao espaço de trabalhos e aulas da Trupe Ortaética no Palácio do Trabalhador em São Paulo, para que possam conhecer o aparelhamento técnico de uma instalação teatral e conseguinte saboreiem um território nunca antes visto.

O ciclo continua.

Serra da Cantareira - Mairiporã, 09 de Fevereiro de 2010

Tiago Ortaet
Arte/Educador
www.tiagoortaet.com.br

sábado, 23 de janeiro de 2010

ORTAÉTCA É NOTÍCIA NA TV MINUTO

A GRANDE COMPANHIA POPULAR, COMUNITÁRIA E ARTÍSTICA TRUPE ORTAÉTICA É NOTÍCIA NA "TV MINUTO" UM IMPORTANTE E GIGANTESCO CANAL DE COMUNICAÇÃO EM TODAS AS LINHAS DO METRÔ DE SÃO PAULO.
ASSIM EXPANDIMOS NOSSA PROPOSTA, RELACIONAMOS MAIS SERES HUMANOS DISPOSTOS A SE ENTREGAR A ESSA EXPERIÊNCIA DE ARTE E NOS FAZEMOS PRESENTES NO IMAGINÁRIO POPULAR DOS TANTOS HOMENS DE BEM QUE PELO METRÔ PASSAM TODOS OS DIAS.

JUSTAMENTE  O METRÔ QUE FOI E CONTINUARÁ SENDO NOSSO PALCO PARA PERFORMANCES E INTEVENÇÕES CÊNICAS, AGORA PELA PRIMEIRA VEZ NÃO ESTAMOS SENDO CLANDESTINOS POR LÁ rsrsrsrsr

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

ENTREVISTA COM A ARTISTA PLÁSTICA VIVI MINORELLI - Trupe Ortaética 2010


Ana Viviane Minorelli, formada pela Universidade Mackenzie, em Comunicação das Artes (1996), se especializou em fotografia, trabalhando como assistente fotográfico no estúdio Henrique Lorca. Iniciou seu trabalho pessoal na Austrália onde realizou duas exposições solo “The eye’s compilation” (2006) e “The Ultra Violet” (2008). Em 2009 volta para o Brasil, conhece a Trupe Ortaética de Teatro Performático onde trabalha como artista plástica e fotógrafa. Produziu o cenário digital da peça “Perfeição”, participou de varias intervenções de rua e das aulas de teatro fotografando todos os momentos para a produção dos “vídeo-arte” da Trupe Ortaética.

Em entrevista para o nosso BLOG COLETIVO da Galera Ortaética nos disse o seguinte sobre a Oficina de Fotografia que ministrará:


"Por meio da educação do olhar, a oficina promove uma aproximação nas áreas importantes para a formação do artista da luz: em especial das artes visuais no teatro.


A oficina propicia uma melhora significativa na qualidade das imagens, desenvolvendo o olhar fotográfico e o conhecimento de composição, enquadramento e os efeitos que as cores da luz produzem no palco. Será abordada também a importância da linguagem individual de cada aluno.


Metodologia do Curso.


O Curso será dividido em 20% de aulas teóricas (luz, composição, enquadramento e fotografia noturna) e 80% de aulas práticas – saídas fotográficas e registro das aulas de teatro com recurso da iluminação de palco. Edição do trabalho coletivo.


Material necessário: uma câmera digital e tripé (opcional)"

TRUPE ORTAÉTICA É NOTÍCIA NO SITE "ARTE NA ESCOLA"

A Coordenação de um dos sites mais influentes e relevantes de arte/educação do Brasil, o "ARTE NA ESCOLA" entrou em contato conosco para colaborar na divulgação de nossas oficinas gratuitas.
Toda a equipe teatral agradece a atenção e reafirma seu comprometimento de sempre continuar atendendo a comunidade com excelência e respeito, com arte e ideologias, com poesia e reflexão.

Visite o site através do link:

http://www.artenaescola.org.br/index.php

Professor Tiago Ortaet
Arte/Educador e Artista Plástico

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

CURSOS GRATUITOS - temporada 2010 - DEFINIÇÕES E DESCRIÇÕES

TEATRO

Dedicamos quatro grandes turmas de teatro Performático, em diferentes dias e horários, no nosso calendário 2010 por ser uma tradicional oficina artística da Trupe Ortaética e por entendermos que o teatro é sem dúvida a essência que nos move para as demais linguagens artísticas. Em aulas semanais os alunos terão 20% de aulas teóricas e 80% de aulas práticas.

Nos baseamos em diversas metodologias artísticas e pedagógicas, mas temos algumas que são norteadoras de todo o trabalho, destaque para a pedagogia de Paulo Freire e Vigotsky e a fundamentação teatral do “Teatro do Oprimido” de Augusto Boal.

Nas aulas os alunos terão acesso às experimentações corporais, sonoras, sensoriais e estéticas em aquecimentos, alongamentos, jogos teatrais, dinâmicas de grupo, improvisações, construções de cenas, dicção, voz, relaxamento e produção de espetáculo. Além de tudo isso, temos integrado às oficinas teatrais experimentações em performances de rua e intervenções urbanas.

1) CURSO DE TEATRO - turma A (de 15 a 100 anos) ANUAL - 50 vagas

Segundas- Feiras das 19 às 21hs 30min - Professora SOL

2) CURSO DE TEATRO - turma B (de 12 a 18 anos) ANUAL - 50 vagas

Terças-Feiras das 16:30 min às 18h 30min - Professora SOL

3) CURSO DE TEATRO - turma C (de 18 a 100 anos) ANUAL - 50 vagas

Terças-Feiras das 19 às 21h - Professora Thaís

4) CURSO DE TEATRO - turma D (de 18 a 100 anos) ANUAL - 50 vagas

Sábados das 10 às 13h - Professora Thaís


FOTOGRAFIA

Por ser uma linguagem muito valiosa da nossa Cia, a imagem tornou-se ao longo dos anos combustíveis necessários para nossos vídeos, intervenções e eventos festivos.
Pela primeira vez disponibilizaremos essa oficina temática para a comunidade em geral.
Nas aulas semanais além de técnicas,os alunos serão instigados às percepções urbanas, cotidianas; uma experimentação através de símbolos visuais, a poética do olhar. Haverá saídas pela região central de São Paulo para pesquisa de campo.

Oficina de Artes Visuais no Teatro: Fotografia e Cenário (De 15 a 100 anos) Semestral – 20 vagas

CENÁRIO

Integrado às aulas de fotografia, a questão cenográfica está para nós na vertente das artes visuais dentro do teatro,sendo um importante fator de pesquisa. Nossa concepção de cenário passa principalmente pelo CENÁRIO DIGITAL.
No mesmo módulo de fotografia, os alunos terão conceitos de cenários que serão desenvolvidos para os espetáculos produzidos pelas turmas de interpretação.

Oficina de Artes Visuais no Teatro: Fotografia e Cenário (De 15 a 100 anos) Semestral – 20 vagas

CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

Todo ser humano é por natureza um contador de histórias, por essa premissa a Trupe Ortaética inaugura essa oficina voltada para educadores e pessoas interessadas.
Dentre os conteúdos abordados nessa jornada de aprendizado os alunos terão: Interpretação, breve introdução gramatical, diversas formas de contar histórias, peças confeccionadas pelos próprios alunos com materiais reaproveitáveis (bonecos e cenários), criação de histórias.

OFICINA DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS (Voltado a Educadores e interessadsos de 16 a 100 anos) BIMESTRAL - 30 vagas - Professora SOL

PERCUSSÃO CORPORAL

Nossa visão de que a arte é mesmo um jogo que requer estratégias vinculadas aos sentidos humanos será mais uma vez degustada nessa nova oficina.
Os alunos aprenderão a instrumentalizar o próprio corpo como recurso sonoro. Como o histórico da Trupe Ortaética remete muito às intervenções de rua, os alunos terão como desafio se apropriarem do espaço urbano e seus temas diários para criar sons, aplicando os conteúdos absorvidos nas aulas.

VIVÊNCIA ARTÍSTICA - WORSHOP "A CONSTRUÇÃO EMOCIONAL DO ATOR" (de 19 a 27 anos) BIMESTRAL - 15 vagas

Quartas e Sextas-Feiras das 19:30min às 22h - Alex Giostri

INICIAÇÃO MUSICAL

Integrado às aulas de Percussão Corporal, essa oficina terá um grande artista convidado e um turbilhão de sensações a experimentar.
Os alunos terão noções básicas sobre a estrutura musical e a diferenciação de ritmo, velocidade, intensidade, volume e etc.

OFICINA DE PERCUSSÃO CORPORAL E INICIAÇÃO MUSICAL (de 16 a 100 anos) BIMESTRAL - 20 vagas

segundas-Feiras das 10 às 12h - Professora Thaís

MALABÁRIS

Nosso envolvimento com o circo é constante, seja em nossas pesquisas audiovisuais, teóricas e práticas, seja em nossas intensivas performances de rua provocando a impessoalidade urbana.
Em 2010 temos essa oficina especial com a rica experiência de estreitar as relações das técnicas circenses com nossos alunos. Não temos a pretensão de formar malabaristas, mas sim de aproximar os alunos desse jogo envolvente. Nas aulas semanais os alunos terão aquecimentos, alongamentos, exercícios de coordenação motora e debates sobre a história do circo no Brasil.

OFICINA DE MALABARIS (de 10 a 100 anos) BIMESTRAL - 20 vagas

Quartas- Feiras das 14 às 16h - Césinha Prado

DRAMATURGIA

Essa oficina está em sua segunda edição em nossa companhia, ela aborda a questão da escrita pessoal e coletiva, instiga o aluno a conhecer seus caminhos literários e a fazer uma análise dos detalhes do dia-a-dia.
Obs: Essa oficina terá inscrições abertas apenas no mês de Junho.

A CONTRUÇÃO EMOCIONAL DO ATOR

Curso Exclusivamente voltado para ATORES formados ou em formação, para essa oficina é preciso ter experiência na área cênica.
Serão abordados aspectos de psicodrama e grandes pensadores a respeito da subjetividade do ator interferindo no seu processo de construção de personagem.

VIVÊNCIA ARTÍSTICA - WORSHOP "A CONSTRUÇÃO EMOCIONAL DO ATOR" (de 19 a 27 anos) BIMESTRAL - 15 vagas

Quartas e Sextas-Feiras das 19:30min às 22h - Alex Giostri


Inscrições somente pelo site: www.tiagoortaet.com.br até dia 26/02 ou até esgotarem as vagas.
Local dos Cursos: Rua: Galvão Bueno, 782 sala 1209 – 12º andar – Liberdade São Paulo SP (Próximo ao Metrô São Joaquim)
tel.: 3388-1168 ou
DISK-ORTAÉTICA: 9996-4606

domingo, 17 de janeiro de 2010

AVALIAÇÃO DAS OFICINAS DE TEATRO 2009 parte II

Sol Borges também foi recentemente contratada pela Trupe Ortaética, logo numa fase de muitas mudanças, precisávamos de fato da energia que ela nos trouxe, precisávamos que seu empenho e dedicação somassem às nossas incansáveis lutas diáras por novos espaços, novos projetos e sonhos novos.
Asim aconteceu, Sol brilhou na Trupe e a tendência é que façamos juntos cada dia mais pela Arte e pelas pessoas atendidas.
A profissional é Graduada em Pedagogia e Professora da Prefeitura e Guarulhos, mas sua maior formação, ao meu entender, é a formação que não se aprende em escola alguma, a formação no teatro amador, nos palcos nessa cidade afora.
em 2010 nossa ousadia nos impulsiona a inaugurar após muitos estudos, o curso de CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS também gratuito a todos interessados.
Diante da maratona de atividades de 2009, Sol fez as seguintes observações:

"Prometo ser breve, mas preciso começar do princípio...



Acabei a faculdade em dezembro de 2008 e sem ainda ter algo em vista na minha área, como era amiga de um gerente de loja, fui trabalhar no shopping assim que acabaram as provas na faculdade. O trabalho era exaustivo, às vezes sentia que meu corpo não ia agüentar o pic do fim de ano, enfim sobrevivi. Em julho deste ano decidi que não iria me importar com o que aconteceria, eu nunca dei chance ao azar e decidi sair desta loja mesmo não tendo nenhum outro trabalho em vista. Pedi minhas contas em uma sexta-feira. Na segunda-feira estava em casa e recebi uma ligação inesperada. Era uma funcionária da prefeitura de Guarulhos me convocando para assumir uma sala de educação infantil de um concurso que eu passei, mas que nem sonhava que seria chamada logo. Dei pulos de alegria e até o instante de assinar os papéis não acreditava que era verdade.


O Thiago Ortaet (coordenador da Trupe Ortaética) havia me chamado no começo do ano para integrar a equipe de professores da Trupe, mas por alguns motivos, não foi possível minha contratação. Nesta mesma segunda-feira anteriormente mencionada, o Thiago me ligou perguntando se eu ainda estaria interessada em dar aulas de teatro na Trupe. Foi emoção demais para um dia só. A partir de então, passei a levantar muito cedo e dormir bem tarde, mas só o que eu precisava era dormir, repor as energias e no outro dia começar tudo de novo. Eu amo o que faço.


Trabalhar com crianças nos ajuda a relembrar a pureza que perdemos depois que nossos corpos cresceram.


Trabalhar com pessoas e arte nos torna mais humanos, mais conscientes de que existem pessoas que vivem na “caverna de Platão” e que por questão, muitas vezes ideológica, não conseguem ver o lado de fora. A arte expande horizontes e é muito bom poder dividir, somar e multiplicar experiências.


Faço teatro a 8 anos: já fiz cursos, atuei, dirigi, escrevi, produzi, mas ainda não havia ministrado aulas. Estava com medo, acredite, não é só dar aulas e produzir uma peça no término do curso, lidamos com pessoas, com seus sentimentos, personalidades, problemas, talentos, sonhos, limitações, etc... Mas eu adoro desafiar a mim mesma. E se quiser me ver suando a camisa, diga a palavra mágica: “Eu Duvido”. Não fui perfeita eu sei, mas insisti em fazer o meu melhor.


O coração batia forte a cada aluno que chegava para mais um dia de aula e foi assim até o último dia que estive com eles. Procurei atender as necessidades de interpretação nesse curto período de tempo com jogos teatrais, exercícios, dança, improvisações, enfim, as peças começaram a ser ensaiadas: escolher as personagens, decorar os textos, criar a gênese das personagens, marcações de cena, criar mapa de luz, sonoplastia, ensaios no palco. O tempo é curto, as peças não ficarão prontas... Ensaios extras. Nos desdobramos e enfim, as peças estavam prontas, os atores nervosos, mas prontos para dizerem algo ao público. A mensagem foi passada lindamente, o público aplaudiu. Ainda que uns tenham absorvido mais, outros menos, nem público, nem alunos, nem ninguém sai uma tabula rasa depois de se envolver com o mundo incrível da arte. " Sol Borges


AVALIAÇÃO 2009 - DRAMATURGIA NA TRUPE ORTAÉTICA

A Trupe Ortaética de Teatro Comunitário tem a honra de receber em seus espaços de cusos o escritor e cineasta Alex Giostri que há muitos anos dedica-se além das artes também à área social.
Voluntário em nosso projeto de Arte/Educação o artista carrega consigo uma bagagem profissional que generosamente é transmitida a nossos alunos sempre em constante formação.
Alex tem brilhantes passagens pela ONG NÓS DO MORRO, pela UFRJ, por jornais relevantes do país e além de seu extenso currículo é editor e autor de diversos livros.
De sua estada na Trupe Ortaética de Teatro Comunitário faz as seguintes reflexões:

"Da trupe o que eu posso dizer é que se trata de uma iniciativa necessária, com fins objetivos, com pessoas engajadas.
Na realidade, toda iniciativa que tenha o outro como fator primeiro deve ser vista como genuína, desde, naturalmente, que esteja no campo da construção, do crescimento, da solidariedade.
As atividades lá oferecidas, na trupe, são de viés artístico, no entanto, carregam todas em suas entrelinhas uma questão da identidade, da formação, e, neste sentido, agem por linhas, às vezes, ou em sua maioria, invisíveis formando ou re-formando indivíduos que a procuram para uma coisa, mas que, na realidade, precisam de outra.
O que quero dizer é que o indivíduo ao procurar uma determinada atividade procura-a por ela mesma, mas também por algum outro motivo, esse de origem desconhecida até a si próprio.
E é desse motivo de origem desconhecida que nós - os educadores e os responsáveis pela formação da identidade emocional de quem nos procuram - precisamos nos ater para assim atender a todos de uma maneira realmente edificadora.



Da minha primeira iniciativa o que posso dizer é que foi inusitada. Nem eu esperava apresentar uma atividade de literatura e dramaturgia fora de uma Universidade.
E foi interessante lidar com pessoas que estavam ali, mas sem um fim objetivo de querer se dedicar à escrita e à dramaturgia. Num curso direcionado geralmente atendo a autores novos e experientes e o que se dá é a troca de olhares, de maneiras de vir uma mesma coisa, uma mesma situação vista por inúmeros ângulos.
É uma troca sadia. E na atividade oferecida dentro da trupe, que não era para autores e sim para quem queria conhecer um pouco mais, o que tentei priorizar foi o lado humano. Na medida em que nós estávamos em grupo, num grupo de pessoas interessadas num assunto, eu propus um mergulho ao mundo interno, que é o que é o mundo de um autor.

O autor vive em sociedade, no entanto, a sua realidade mesmo é interna. Na verdade, a de todas as pessoas, mas há uma tendência natural em acreditarmos que o mundo é aquele ou aquilo que se vê. E não é. O mundo é aquele que se constrói através da maneira de olhar a imagem externa das coisas e das pessoas. O que nós achamos dessa ou daquela pessoa não é o que ela é, é o que nós achamos que é. O que nós achamos dessa ou daquela rua, daquele bairro, não é o que é, é o que achamos que é através de nossa vivência e de nossa tendência natural comparativa, o que é natural e até sadio, sob uma determinada ótica. Enfim: fiz a oficina e penso que a próxima terá que ser melhor, que eu tenho que me prender ao eu de cada um, mas que fundamentalmente que preciso de pessoas que de fato queiram escrever e que escrevam no processo, no decorrer das atividades.


Da minha segunda iniciativa o que posso dizer é que será uma atividade um tanto dura, que mexerá com o eu secreto de cada um. É uma atividade voltada para atores e o que nós iremos discutir em sala serão os sentidos, as reações, as ações, o mundo, as pessoas, as construções, as idealizações, os sonhos, as utopias, a criança.
O que menos interessa na minha sala são as interpretações. Um ator não interpreta na minha sala, ele vivencia a sua própria existência, ele desconstrói aquele alicerce mal construído, aquele alicerce construído equivocadamente.
Trato da alma, das intenções, da vida. Não há ator bom que não seja um homem bom e não há ator bom que não seja culto. E isso não sou eu que digo, basta uma rápida pesquisa na vida dos atores a quem qualquer um de nós admira.
Atuar é uma arte, o ator é uma ferramenta. O emocional do ator é o seu alimento. Como lidar com essa ou aquela emoção se nós não a conhecemos verdadeiramente? Como saber o que dizer no pior momento se nós não lidamos corajosamente com a dor?
O aplauso que me interessa em sala de aula é o aplauso da criança de cada um para cada conquista. Não se trata de egocentrismo, mas de realizações, de motivações, de utopia, de necessidade. A quem for fazer boa sorte. A mim, que eu consiga administrar aos 15 participantes.


Quanto à minha intervenção maior em estar junto à trupe.
Sou um milagre da vida. Fruto da literatura e do mundo da ficção. Não gosto do mundo real. Prefiro a fantasia e sempre que posso estou nela. Ainda prefiro o mundo infantil, mesmo tendo responsabilidades reais e duras de um adulto. Venho dedicando a minha vida às palavras e ao silêncio há alguns anos. Passei doze anos no Rio de Janeiro e os últimos três, recluso num apartamento de frente à praia, numa praia vazia, um paraíso para uma pessoa como eu. Lá escrevi muitas coisas e estudei alguns autores e a mim mesmo. Vim parar em São Paulo há um ano e aqui estou adoecido pelo barulho, pela multidão que passa pelas calçadas diariamente, pela vida dura do dia a dia. Já tenho a certeza que não será aqui a minha velhice. Acredito na troca, creio que daqui não se leva nada. Acredito na educação, na possibilidade de oferecer algo a alguém. Acredito que cada um de nós pode dar um pouco de si para o vizinho, amigo, parentes etc. No meu caso, penso que posso dar esse pouco que sei, e não é demagogia, não é muita coisa mesmo, para outras pessoas que talvez precisem desse meu olhar sobre esse ou aquele assunto.


Quando contribuo com iniciativas como essa, o que não é a primeira vez, eu penso estar colaborando com o país. Penso que se eu puder tocar uma pessoa dentre 30 que passem por mim, eu já realizei o que acredito. E também é uma espécie de lavação de alma. Vejo o mundo, eu acredito na vida, olho-o e sei que dele nada levarei. Pra quê levar o conhecimento então? Vamos dividir. E é o que tento fazer em qualquer iniciativa artístico-educacional a que eu me proponha estar à frente.


Faço o que faço, pois se eu escrevo qualquer pessoa pode escrever. Se eu roteirizo, qualquer um pode roteirizar. Se eu sou boa pessoa, qualquer um pode ser também. Sou, portanto, o que a palavra é para mim, a ferramenta; sou a ferramenta que a vida quer que eu seja. Amém!"
ALEX GIOSTRI

sábado, 16 de janeiro de 2010

GRATIDÃO POR MAIS UMA PARCERIA - NOSSA ARTE, NOSSA FORMA DE POESIA

À DALTROZO PRODUÇÕES


RUA ITARARÉ, 168 – AP: 96 – CERQUEIRA CESAR – SP – 01308-030.

luquedaltrozo@uol.com.br



A Trupe Ortaética de Teatro Comunitário agradece a DALTROZO PRODUÇÕES a colaboração na formação de nossos alunos de teatro, nossa gratidão é pela gentileza de ter nos sido cedido 15 ingressos grátis para alunos do Curso de Dramaturgia apreciarem o espetáculo “O ano do pensamento mágico”, monólogo de Imara Reis.

Nossa organização artística trabalha na capacitação de crianças, jovens e adultos em oficinas teatrais que creditam autonomia e valores embasados na sociedade contemporânea.

Conosco mais de 600 alunos já concluíram os ciclos temáticos ao longo de nossos três anos de existência; portanto outorgamos a vossos olhares atenciosos nossos mais nobres sentimentos de parceria por uma sociedade mais humana e reflexiva.

Esperamos contar convosco em outras oportunidades e estejam certos de que nossas ações educativas, artísticas e culturais estarão sempre a vossa disposição.

Sem mais.

São Paulo, 27 de novembro de 2009.


________________________

Professor Tiago Ortaet

Coordenador-Fundador da Ortaética®

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

TRUPE ORTAÉTICA É MANCHETE EM GUARULHOS




OPORTUNIDADES DE CURSOS DE TEATRO GRATUITO SÃO BASTANTE RARAS, POR ISSO NOS EMPENHAMSO TANTO PARA LEVAR ESSA INFORMAÇÃO AOS QUATRO CANTOS DESSAS CIDADES.
ESPAÇOS DE CRIAR, DE CONVIVER, DE SER, DE FAZER E APRECIAR; ASSIM É NOSSO TEATRO.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

CURSO DE TEATRO GRATUITO - INSCRIÇÕES 2010

ESTAMOS DE VOLTA!

Esse ano a Trupe tem muito a oferecer! Ampliamos a quantidade e a variedade dos cursos, com o intuito de aprimorar o conhecimento de cada participante.
A largada já foi dada e você não pode ficar de fora:


CURSO DE TEATRO - turma A (de 15 a 100 anos) ANUAL - 30 vagas
Segundas- Feiras das 19h às 21h30 - Professora Sol Borges

CURSO DE TEATRO - turma B (de 12 a 18 anos) ANUAL - 30 vagas
Terças-Feiras das 16h30 às 18h30 - Professora Sol Borges

CURSO DE TEATRO - turma C (de 18 a 100 anos) ANUAL - 30 vagas
Terças-Feiras das 19h às 21h30 - Professora Thais Aguiar

CURSO DE TEATRO - turma D (de 18 a 100 anos) ANUAL - 30 vagas
Sábados das 10h às 13h - Professora Thais Aguiar

OFICINA DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
(Voltado a educadores e interessadsos de 16 a 100 anos)
BIMESTRAL - 30 vagas
Quintas-Feiras das 19 às 21h - Professora Sol Borges

OFICINA DE MALABARIS (de 10 a 100 anos)
BIMESTRAL - 20 vagas
Quartas-Feiras das 14h às 16h - Césinha Prado

OFICINA DE ARTES VISUAIS NO TEATRO - FOTOGRAFIA E CENÁRIO
(de 15 a 100 anos) SEMESTRAL - 20 vagas
Quintas-Feiras das 19h às 21h - Viviane Minorelli

OFICINA DE PERCUSSÃO CORPORAL E INICIAÇÃO MUSICAL
(de 16 a 100 anos) BIMESTRAL - 20 vagas
Segundas-Feiras das 10h às 12h - Professora Thais Aguiar e Paulo Gianini

VIVÊNCIA ARTÍSTICA - WORSHOP "A CONSTRUÇÃO EMOCIONAL DO ATOR"
(de 19 a 27 anos) BIMESTRAL - 15 vagas
Quartas e Sextas-Feiras das 19h30 às 22h - Alex Giostri

As inscrições poderão ser feitas via internet: www.tiagoortaet.com.br
Qualquer dúvida contate-nos: 3388-1168 - Disk Ortaética 9996-4606 - E-mail: trupeortaetica@yahoo.com.br - Local: Galvão Bueno, 782 Liberdade (Próximo ao Metrô São Joaquim) Sala: 1209 * 12º andar.

domingo, 20 de dezembro de 2009

AOS COLEGAS COM CARINHO - A TRUPE SE FAZ DE GENTE FORTE!!!

Embasbacado, envolto por um ar de encanto, ou algo além de tudo isso, assim que eu posso classificar minha emoção em ver no palco da Trupe Ortaética tamanha sensibilidade, tamanha força do trabalho.

Sol parabéns pela sua garra, disposição, vontade e energia. Sua estada na trupe é um raio que ilumina bastante as idéias nossas.
Entenda o seguinte: Sua ousadia me deixa feliz de saber que tenho pessoas como você, de coragem e enfrentamento no projeto que conduzo.
Sei que ainda teremos muito a desvendar nessas aventuras artísticas. Seguimos firmes e fortes para construir um trabalho vindouro a cada dia.


Lucas sua energia esfuziante de garoto é dosada com sua responsabilidade de homem. “Dedicação total a você” esse slogan cai bem pra você!!! (rsrsrsrs) gosto muito mesmo de seu compromisso com nosso trabalho e sei que ele crescerá cada vez mais. Cada dia que passar a maturidade vai chegando e fazendo de você um grande profissional das artes. Mas não se esqueça de estudar muito!!!
Quando apostei em você não estava errado, quando lhe trouxe para perto das responsabilidades de um projeto em fase experimental era para traduzir a essência da juventude com o protagonismo juvenil. Parabéns pela estrada que já percorremos e vamos juntos para tantas outras.

Célia sua juventude transborda em todos nós, sua disposição em ser útil é tão grande que posso lhe dizer: -- Você é necessária para qualquer companhia artística que deseja vencer.
Sua morada artística conosco mostra que quanto mais diversa melhor uma equipe. Você é prova dessa integração humana que a Trupe tem. Sua presença é mesmo um presente!!!


Vivi como você mesmo sabe você foi uma aluna que despertou atenção pela disposição em ajudar. Lembra da colaboração em arrumar toda a bagunça dos camarins??? Pois então, daí por diante, era preciso que você estivesse mais próximo das minhas idéias mirabolantes. Você foi parceira nessa jornada.
Sua parceria é constante, intensa e digna. Conviver com sua mente de arte é bastante interessante para nossas aprendizagens diárias como artistas. Seu olhar é um bem para nossas construções. Parabéns pela mentalização de dias melhores através desse veículo mágico que é a arte.

Fernando, querido, você foi uma das primeiras pessoas, depois de mim, a acreditar nesse projeto da Trupe Ortaética, vejo desta forma, pois você em momento algum nos abandonou, mesmo com os problema de saúde e demais barreiras que pudessem ter aparecido, você esteve sempre junto, acreditando, valorizando, incentivando, fazendo parte dos eventos, estudando, aprendendo e acima de tudo ensinando a ter “GARRA” pois você é muito forte.
Você é um troféu que a Trupe tem e sei que é pra sempre; não importa a maneira da participação, mas a amizade é mesmo pra sempre! Continue estudando que aprovaremos ainda muitos projetos...

Alex que prazer em te receber, receber a generosidade humana que lhe é peculiar. Nesse pouco tempo estando conosco você demonstrou que solidariedade é uma palavra sinônimo de amor; amor ao que faz, amor a arte e, sobretudo disposição em fazer um mundo melhor, um mundo possível com pessoas mais compromissadas.
Que nossa parceria seja cada dia mais vindoura para que façamos dias incríveis de reflexão.


Renata, gentil, cordial e disposta a resolver todas as possíveis amarras que apareçam, ela tem esse dom de tranformar nós em laços. Obrigado por essa parceria tão fortuita.

Aos patrocinadores nossa gratidão!

Estendendo meus agradecimentos a todos alunos e espectadores, amigos e apoiadores da Trupe Ortaética, desejo a nós muita saúde, paz, fé e boas férias para que possamos voltar com FORÇA MÁXIMA nesse projeto que é meu sonho compartilhado com você! Pois sonho que se sonha junto é realidade!!!
Sucesso.
Tiago Ortaet

Fundador da Trupe Ortaética
17/12/2009

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

ENCERRAMENTO - III FORMARAU

APRESENTAÇÕES - ENTREGA DE CERTIFICADOS

"QUANDO AS MÁSCARAS CAEM"
e
"TRABALHAR É PRECISO,SONHAR É OBRIGAÇÃO"

Uma equipe e tanto!


Roda Mundo, Roda Gigante...


A injustiça aprisiona nossos ideais!


"Se o povo está merda..."


Uma cena "preferencial"


Catadoras de lixo, citam ESTAMIRA:
"Não tem mais inocente, tem esperto ao contrário"


Bem vindo ao mundo da hipocrisia!
(casal se utiliza da gravidez para dar o golpe do aluguel)


"E assim caminha a humanidade, guiada pela hipocrisia
dos nossos próprios desejos" (Thais Aguiar)


"Já fui Xavante, já fui Caraíba, já fui Tupi,
já fui Jê, já fui Guarani..."


"É possível que tudo isso não seja nada impossível"



TRABALHAR É PRECISO, SONHAR É OBRIGAÇÃO



















quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Rito Vital desse Dezembro

Deus obrigado por me escolher para ser receptor de energias humanas, recarregáveis com a própria humanidade.
Missão de fato, artefato e felicidade.
Obrigado por me permitir ser instrumento de arte para revelar tantas identidades sufocadas pelos números e massas desses tempos neutros.
Obrigado por me conceder liderança pelo fruto do bem, pela semente da paz, pela raiz da sensibilidade humana e por poder conhecer tanta gente entregue a esta experiência de arte.
Ortaética já é marca espalhada em toda parte.
Que pelos meus olhos passeiem as mais poéticas imagens e que nesse deleite de vida eu compartilhe sonhos com meus amigos. Relatos, tatos e abrigos!
Que minha jornada seja longa para que eu possa atravessar o tempo costurando idéias de um mundo inventado, um mundo feito possível.
Que meu suspiro chegue aos corações alheios e que eles também se permitam sentir o “frio na barriga” antes de uma apresentação teatral. Melodias do corpo, gestos de vida e uma herança cultural.
Que a oração de um artista não se esvaia num texto, mas que sagrado seja em diário vital, em palco de madeira ou de asfalto e sobretudo em rito cênico.
Olhai por nós platéias itinerantes, sagazes o bastante pra confrontar idéias, pra rimar os compassos com a vida sempre frenética, pra fazer consagrar a Trupe Ortaética.
Evoé!

Tiago Ortaet
À Trupe Ortaética de Teatro Comunitário