sexta-feira, 13 de novembro de 2009

INSPIRAÇÃO

Hoje, ao escrever o prólogo para a peça HIPOCRISIA, constatei que isso deveria ser publicado, na esperança de resgatar minha própria crença:

- Já fui Xavante
- Já fui Caraíba
- Já fui Tupi
- Já fui Jê
- Já fui Guarani

- Minha morada eu mesmo construí e sobre essas terras nasceram guerreiros e aprendizes. O respeito nascera junto ao coração dos homens.
- Meu alimento e meu remédio eram frutos do meu plantio. Abundância e cura eram sinônimos de natureza.
- Minha cultura sempre foi preservada e cultuada de geração a geração. Nossas escolas eram sempre ao ar livre e todo aprendizado se dava com a prática.
- Ninguém nos tirava a dignidade, nem menosprezavam nossa inocência, pois éramos homens livres e como tal, criávamos nossas próprias leis.
- Amávamos e odiávamos com o mesmo furor dos animais, no entanto tomávamos consciência de nossos erros e assim adquiríamos a sabedoria.

- Hoje, moro de aluguel e é preciso pensar muito antes de ter um filho, pois o homem já não sabe o que significa respeito.
- Hoje, meu alimento eu compro e sempre corro o risco de ficar sem. A natureza é sinônimo de revolta e abandono.
- Hoje, as escolas parecem prisões e todo ensinamento é obtido através de livros e suposições. A única prática é o trajeto que fazemos até ela para no final justificarmos nossa competência impressa num pedaço de papel.
- Hoje, substituímos a dignidade pela esperteza e a inocência pela malícia. Não somos mais livres e nem escolhemos nossas próprias leis.
- Nossos sentimentos são frágeis e sem qualquer personalidade, pois a cada dia que passa, perdemos nossos instintos, passando a viver somente em prol dos objetos e não de nós mesmos.

E assim caminha a humanidade, guiada pela hipocrisia dos nossos próprios desejos.

Um desabafo e um pré-convite para assistirem ao espetáculo!

Escrito por Thais Aguiar.

Nenhum comentário: